Havia uma grande expectativa de setores progressista e bolsonarista para verem as consequências eleitorais para o Presidente Jair Bolsonaro, frente as manifestações promovidas por ele no último 7 de setembro.
De um lado a esquerda acreditava que Bolsonaro pudesse perder apoio popular diante das pautas que propunham a ruptura institucional, já que as duas exigências básicas feitas pelos grupos bolsonaristas eram inconstitucionais: a destituição dos ministros da suprema corte e a aprovação do voto impresso.
Por que anticonstitucionais?
Comecemos com a pauta bolsonarista de destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Para a retirada de um Ministro do Supremo sem o desejo desse, faz necessário um processo de impeachment.
O processo de impeachment contra qualquer Ministro deve ser único, portanto, jamais poderia ser feito contra toda a corte num só processo e deve ter início com a denúncia fundamentada de algum crime cometido pelo ministro. Tal denúncia não basta estar bem fundamentada também, há uma exigência de que o Presidente do Senado aceite a denúncia e abra o processo.
Isso implica numa série de ritos a serem cumpridos, tal qual o pedido de impeachment do Presidente da República que precisa não só do cometimento de crime por parte do mandatário da nação, mas também da aceitação do presidente da câmara federal nesse caso. Tudo com ritos obrigatórios legalmente conforme a constituição. Essas normas existem para cassação de ministros do supremo, presidentes da república ou mesmo a cassação de um parlamentar, do contrário é golpe escancarado. São autoridades constituídas dos poderes da república que não podem ser retiradas fora da lei, exceto quando não existe mais lei, ou seja, o que exigiam os manifestantes bolsonaristas era uma ruptura institucional.
A segunda pauta bolsonarista também é anticonstitucional tendo em vista que a constituição veda a análise de um tema ou projeto de lei que já tenha sido analisado na mesma legislatura. Portanto, somente a partir de 2023 o tema do voto impresso poderia legalmente ser analisado novamente pelos parlamentares, uma vez que houve a rejeição do voto impresso pela câmara federal no início do mês de agosto deste ano.
Bolsonaro Nem Nem
Contudo, deu “nem nem”. Bolsonaro nem subiu nem desceu. Isso frustrou os governistas que esperavam inflamar suas bases com as pautas de ruptura institucional, e também os progressistas que, como já dissemos, esperam o derretimento de Bolsonaro.
Porém, as intenções de voto no presidente se estabilizaram com uma variação positiva de 1 ponto percentual, dentro da margem de erro. Isso levanta um questionamento se a chamada bolha bolsonarista não estaria desgastada no seu limite.
Embora levantamentos do Datafolha estimem em 15% o núcleo fiel bolsonarista, com todas as polêmicas de vacinas, tentativa de propina na compra da Cavaxin envolvendo inclusive a família do presidente, ainda sim Bolsonaro resiste com intenção votos de cerca de 22% da população brasileira.
O problema para Bolsonaro é que seu maior rival do momento aparece também estabilizado, mas numa posição confortável, com chances de vencer, segundo o Datafolha, já no primeiro turno e nos quatro cenários pesquisados pelo instituto.
Saiba mais clicando no link abaixo.
DATAFOLHA: CIRO, O ÚNICO A VARIAR POSITIVAMENTE FORA DA MARGEM DE ERRO
Pedetista cresce em todos os cenários, contudo cresce para além da margem de erro no cenário 2 no qual o candidato tucano aventado seria Eduardo Leite, Governador do Rio Grande do Sul.
Marcio Pheper
Redaç@o
2 comentários em “O 7 de Setembro foi irrelevante: rebanho bolsonarista permanece Fiel”